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Deco, a exceção

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Deco, a exceção

Jogador de meio-campo nasce talentoso, aprimora, treina e se consagra. Aprende com o tempo a fazer uso da sua técnica diferenciada e então transforma dribles e passes em milhões de dólares.

Deco saiu do Corinthians sem ser ninguém. Foi ao CSA, numa brutal queda de perspectiva e de lá para o Benfica, onde foi emprestado até ser dispensado. E já tendo passagem em 5 clubes, sendo 2 grandes, acima dos 23 anos, o tal do Deco era “mais um”.

Até que o Porto descobriu um jogador interessado em algo raro: aprender a ser craque.

Deco não nasceu com o dom de um Djalminha. Mas nasceu com a inteligência de poucos.  Com treinamento, visão e determinação transformou-se num craque.

Ele não é o tipo de cara que aos 17 anos dribla 23 jogadores no futsal pro Esporte Espetacular reprisar quando mais velho. Nem no profissional Deco faz o tipo driblador, malabarista.  Deco olha o jogo, enxerga os companheiros e faz do seu talento uma arma maior do que o “dom divino” atribuido a ele.

Aprendeu a se posicionar, a fazer uso do corpo. Entendeu a parte tática, se diferenciou ano após ano até chegar num status que aquele reserva do Benfica, dispensado, não parecia candidato.

Brilhou, venceu, virou grindo, fez gol na gente. Mas voltou pra casa.

Foda-se o passaporte. Deco é brasileiro. Deco é ídolo do Fluminense, bicampeão nacional.

Onde não apenas comandou como também adaptou a falta de condição física a um futebol mais recuado e inteligente.

Decisivo. Até notar que não dá mais.

Podia ficar la faturando até dezembro. Mas além de não precisar, não quis.

Deco sai por cima. Não pelos gols que não fez domingo passado. Mas por ter entendido quase que junto de todos nós que o craque estava virando um jogador comum.

Ele sabe o quanto fui duro virar craque. Não vai entregar o rótulo por vaidade.

Mesmo tendo escolhido ser um “grande portugues”, parou um “grande brasileiro”.

Valeu, Deco! Foi um prazer te ver jogar.

abs.
RicaPerrone