Das coisas que o dinheiro não comprou

O Palmeiras tem um investidor porque dá retorno. É simples, incontestável, de clara inveja alheia a quem contesta. Talvez alguém tenha feito um estádio pra ele com recursos privados e comprado um timaço pela logica simples dele ser um bom negócio. Talvez seu clubismo não veja assim.

De tudo que o Palmeiras pode comprar, algumas coisas não estão a venda. E veja você, é quase sempre o que o torcedor mais gosta.

Ele gosta de criar em casa. Ou de achar dentro dela alguém de quem pouco se esperava. Ela gosta de Jesus, de Jailson, de esperar mais pelo investimento e menos pelo mesmo motivo.

Quem colocou o Palmeiras na final antes do jogo foram jornalistas irresponsáveis. Não o clube. Ele não foi arrogante, o tom veio de fora. Em campo,  jogou menos do que pode, mas ignorar o fator do clássico para cobrar desempenho por mero investimento é chamar Palmeiras de Chelsea.  Não, não é o caso.

Falamos aqui de um time com investimento e camisa. Camisa que ajuda cá e lá. Por isso o Santos venceu o jogo hoje. Porque não se joga só com a grana. Há mais do que isso por trás de um clássico.

Mas nem mesmo se pudesse o investidor poderia comprar a noite de hoje. Pelo que investiu esperava vencer por 3×0 com gols dos seus reforços caríssimos. O futebol é mágico, e o nosso não está a venda numa prateleira.

Prova disso é que a noite de hoje será eternizada na memória de cada palmeirense pelo não retorno do investimento em campo. Ou seja, pelo fato de não haver garantias. Dos badalados, outra vez salvou um não comprado. E do esperado passeio veio mais um drama nos pênaltis e história pra contar.

Pudesse comprar com esse roteiro, o Palmeiras compraria. Mas não se vende história, se faz. E mais uma vez o Verdão dramatizou um roteiro de final até previsível, mas nunca garantido de véspera.

Salve Jailson, o velho Pacaembu, os penaltis sem favorito e o peso da camisa. As vezes a vaga vem sem nenhum centavo pra explicar.

abs,
RicaPerrone