Culpa da cerveja

Eles se juntam, pagam mensalidade, fazem juras aos berros e andam armados.

Eles marcam brigas, se matam, tiram nossos filhos e esposas dos estádios.

Eles fingem ser escolas de samba pela óbvia vantagem de ter mais um espaço para crescer além do clube.

Eles se dizem torcedores de um time, mas na real torcem por eles mesmos.

Eles não são pessoas que merecem nosso respeito. São marginais que merecem cadeia.

Eles pedem pra “não generalizar”, mas se você estiver com a camisa de outra cor, apanha junto.

Eles dizem ter comando, e os comandantes são sempre os envolvidos.

Eles bebem, fumam e cheiram, até cantam comemorando que fazem isso.

Você, torcedor de bem, não pode nem tomar uma cervejinha.

Eles vão escoltados pro estádio, seguros. Você, torcedor, não vai porque tem medo deles.

Eles levam armas escondidas pelas ruas e agridem, pois nos estádios não se cruzam.

Tiraram nosso direito de ver um jogo ao lado do colega torcedor rival.

E porque se importariam? Eles não gostam de futebol.

Cerveja ou não nos estádios, eis a mais estúpida questão.

O sujeito acorda as 9 da manhã de domingo, se arruma, sai de casa e num determinado local encontra seus “coleguinhas” para, armado de paus e pedras, tentar matar pessoas de outro bando.

E há quem queira analisar, ponderar, não generalizar.

Quem faz isso é bandido. E lugar de bandido é na cadeia. Dos 500 envolvidos, hoje, todos eles poderiam ser presos sem perguntar nem o nome. Ninguém se mete nisso a kms do estádio as 9 da manhã sem culpa.

Mas não.

Dá trabalho. Melhor fingir que não existe ou, ainda pior, culpar a cerveja, a sociedade, a educação do país ou a puta que te pariu.

E assim, camuflando merda, dando a conta de bandido pra sujeito de bem pagar, seguimos sem tocar nos intocáveis.

E você, torcedor de bem que “não quer ser generalizado”, sustenta isso tudo achando que está “apoiando seu time”.

Cai na real, rapaz.  Você só está sustentando vagabundo e afastando seus amigos e parentes do estádio.

Eles “matam um, matam cem”. E você paga o pato.

Quem é o otário?

abs,
RicaPerrone