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A crise que a imprensa criou

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A crise que a imprensa criou

O Flamengo perdeu para o Fluminense e arrumou o motivo que queria para trocar de treinador.  Nada que nenhum outro clube não faça 2 ou 3 vezes ao ano.

Não abriu a boca para demitir Jayme e nem anunciar Ney Franco durante todo o dia. Mas sabendo da intenção, a mídia noticiou o que conseguiu apurar graças a alguém que vazou a notícia lá de dentro.

Só que a notícia correta é que o Flamengo estava negociando com Ney e demitiria Jayme mais tarde, não que ele havia anunciado a demissão do Jayme antes de falar com ele.

Durante o dia, como muitos, li que o clube havia anunciado a troca. E então, é claro, achei vergonhoso o treinador não saber disso.  Mas era mentira. Uma mentira colocada como oficial na maldade de criar uma polêmica entre técnico e clube para desestabilizar a situação e vender jornal.

As 18h30 o Flamengo ligou para Jayme e o demitiu. As 19h, anunciou para a mídia.

Não há absolutamente nada de errado com o que fez o clube. Demite-se um funcionário após falar com ele e ponto final. Vazou? Vazou. Mas até ai pode ter sido da parte do Ney, não do Flamengo. Vai saber.

É anti-ético falar com um treinador antes de demitir o outro? Não sei. Honestamente, não sei.  Mas anormal, digno desse auê todo, não é.

Aí, separadamente, vem a questão da demissão ser justa ou não. Que nada tem a ver com o fato da situação ter sido mal conduzida pela mídia. Ate as 18h30, a notícia de que o clube havia demitido Jayme sem ele saber não era verdadeira. Ele foi demitido as 18h30, por telefone, como qualquer pessoa seria.

Não me lembro de nenhum conhecido meu ter recebido uma carta pela manhã avisando que durante o dia ele poderia ser demitido.  Isso não existe. É utopia, hipocrisia e vontade de fazer barulho.

A demissão é justa?

Não acho. E aí sim, cabe discutir o conceito da diretoria.

Pra trocar de treinador toda vez que vai mais ou menos, pra pedir ao torcedor doações e não vender um produto de Socio Torcedor, pra colocar preços absurdos e piorar o time de um ano pra outro, pra se dizer diferente e fazer, no futebol, igual a todos, não precisava de terno, gravata e de tanto curriculo.

A diretoria do Flamengo é a consultoria financeira dos sonhos. Mas na área do futebol, é igualzinha a todas as outras. Perdida, acha que pode controlar resultados, acredita que futebol é um produto simples e comum, não entende a relação torcedor/clube e só enxerga números.

Você pode demitir o Jayme e anunciar o Tite. Poxa, seria uma justa tentativa de colocar alguém melhor no lugar.  Mas demitir o sujeito que perdeu o melhor jogador, alguns em contusão, não ganhou reforços e ainda pra colocar o Ney Franco?

Aí o torcedor tem todo direito de achar que está diante de uma diretoria “como as outras”. Pois é isso que fazem todas as outras.

Não é pelo Jayme, talvez. Mas sim pelo Ney.

Seis por meia duzia, com juros enormes cobrados pela mídia que fez da troca uma crise e transformou a diretoria dos sonhos em monstros cruéis.

Ou seja, a troca saiu cara de véspera.

Ney Franco é bom. Mas é comum. O Flamengo não é comum. E portanto…

abs,
RicaPerrone