Consequências

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Consequências

As causas da polêmica todos nós sabemos. Sua opinião, a minha, a do Felipão ou do Zé da esquina sobre Diego Costa pouco importa no final das contas. O que realmente importa, e que pouco discutimos, é talvez estarmos diante do fim das seleções de futebol.

Arriscado dizer isso. Eu sei. Mas imagine se isso virar um mercado.

O vai causar em você um campeonato onde seleções “contratam” jogadores para atuar por seu país?  Perde completamente a sensação de “nós”, de “representação”.   Torna-se mais do mesmo. E é o fim de tudo que torna atrativo uma Copa do mundo, por exemplo.

Não quero jogar contra uma Itália com 3 portugueses, 2 brasileiros e 1 alemão. Não é a Itália! É um time italiano.

Pra isso tem o Milan, a Juve, a Inter. Não a seleção.

Com Diego Costa vão muitos outros. E é claro que seremos exportadores. Sempre foi assim, será também com seleções.  Qual a dúvida que se isso fica comum em 8 anos teremos seleções de Catar, Emirados Arabes e coisas do tipo com 11 brasileiros em campo?

Não é um mercado. É uma competição que diz respeito a pátria, que envolve nacionalismo, orgulho, muito mais do que um jogo de futebol.

Diego Costa pode ir. Acho que ele tem todo direito de ser espanhol se sente assim. Não tinha, no entanto, o direito de ter jogado pela nossa seleção. E agora, já tendo feito, acho que não deveria jogar na espanhola.

Mas foda-se. É só o Diego Costa.

O problema é o que vem com ele depois.

Deco, Pepe, Felipão, Parreira? Casos diferentes.  Treinadores estão sob a regra da nacionalidade desde sempre. Até acho que deveriam, inclusive. Mas não estão.

Deco e Pepe não jogaram pelo Brasil. E ainda assim, não gosto da idéia. Mas respeito.

Mas quem já jogou poder escolher depois, sem que a FIFA sequer dificulte o processo, não. Vai virar negócio. E aí sim, teremos um problema sem solução.

Não é pelo Diego Costa. É pela saúde das competições entre seleções em todo mundo.

abs,
RicaPerrone