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Como estragar tudo em 24 horas

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Como estragar tudo em 24 horas

Elogiei o Romero após o jogo porque acho divertidíssimo ele provocar o adversário diante de um pontapé.  Acho mimimi jornalístico reclamar dele dizer que o Santos é pequeno, porque além de evidentemente não ser, é um combustível que será usado pela própria imprensa por meses até que ele deixe o clube um dia.

Achei que ele foi corajoso em tirar um sarro. Achei que não foi “cuzão” em se vitimizar com o pontapé que levou.

Mas aí vem a reação. As redes sociais, a sede por lacrar, os jornalistas que não se aguentam no armário e uma necessidade de merda de transformar um cara que respondeu um pontapé com uma provocação num vilão.

E ele cede. Óbvio.

Romero, meu bom Romero…. Xenofobia, no futebol brasileiro, é quase sacanagem.

Se há uma coisa que brasileiro idolatra, especialmente os jornalistas, é alguém que vem de fora. Aqui, treinadores de merda foram colocados como reis porque eram de fora. Diversos jogadores que não jogam porra nenhuma são chamados de reforço de peso ano após ano porque vem de fora.

Você não deve conhecer o Brasil tão bem, Romero. Não há elogio maior no Brasil do que ser “de fora”.

Convenhamos, meu caro Romero, é bem mais factível achar um paraguaio ruim de bola do que o Santos um time pequeno. Se o seu é provocação e “pode”, então também pode a reação.

Se tem uma coisa que eu não suporto é a idéia de que é possível ação sem reação. Ou pior, criar manual de reações permitidas pelos zé ongs.

Ser gringo no futebol brasileiro é uma benção, cara.  Tu pode até reclamar que há xenofobia no  Brasil num determinado setor, eu desconheço todos eles pra dizer que não. Mas no futebol, você está procurando algo pra ser vítima.

Eu gostava do Romero de ontem, que tomou um chute e saiu com uma deboche ao adversário. Gosto do Robinho perguntando “jogou onde?” pra quem o provoca. Gosto do goleiro do Santos respondendo ao torcedor que o ofendeu que ele gasta com o cachorro o que ele ganha num mes. Lembra?

O agredido tem duas opções. Ou ele vira vítima na hora, ou revida e depois disso é chumbo trocado.  O primeiro dos dois que se vitimizar perdeu a razão.

Não há xenofobia em esperar que um Paraguaio jogue pouca bola. Há histórico. É incomum. Tal qual você não anda nas ruas de Sao Paulo com relógio de ouro não porque é preconceituoso com a cidade, mas porque números mostram ser perigoso.

Seja um raro paraguaio bom de bola. Isso não é um menosprezo aos seus compatriotas. É uma constatação.  Tal qual a de que no Brasil ser gringo é um beneficio e não um problema.

Eu gostei mais de quando você tomou um chute e devolveu com provocação do que quando inventou um pra se jogar no chão e rolar pra lá e pra cá.

É um direito seu. Mas eu prefiro o jogador que guarda a bandeira do Paraguai na cueca, tira na hora do gol e atira na cara do jornalista do que o que vai lá dizer que tem sofrido com isso.

São perfis. Mas o da coletiva não combina muito com o cara que não ligou pra pontapé e foi chamar o adversário de pequeno. Quem é você, afinal? O que zoa ou o que se magoa?

abs,
RicaPerrone