Como a banda toca

Jesus foi puramente treinador. Ignorou o campeonato, o clube, o histórico e a relação de confiança com o torcedor. Resolveu por conta e risco que trataria o jogo da Libertadores como um jogo qualquer.

Se vence com Rafinha na frente, é gênio. Perdeu, que aguente. Não pelo Rafinha. Pelo conjunto da obra. O erro? Tentar fazer com que o Flamengo se adapte a ele e não o contrário.

Isso é jogo pra fechar a casinha e ganhar de meio a zero. Não porque prefiro, mas porque é Flamengo numa Libertadores. Na menor chance de dar merda, vai dar. É isso que ele parece ignorar e não saber.

Vilão? Não. Eu compreendo o Rafinha na frente. Não compreendo o Cuellar fora jogando lá. Aqui, semana que vem, é bem razoável. Mas aí é capaz dele escala-lo.

O Flamengo tem, entre vários erros, uma dose escandalosa de azar na Libertadores.

Perde Everton, Arrascaeta, toma um gol no começo e tem um a mais. Diego se machuca. A bola do segundo gol é sacanagem. Desvia no único lugar que podia pra entrar no único espaço possível.

Lá vem vocês com o papo do investimento. E eu insisto no meu papo de que investimento pesado em reforço caro, na América do Sul, é papo furado. A gente faz, quem compra é europeu. E normalmente ganha quem faz, não quem compra.

Dá pra virar? Claro que dá! Sem Arrascaeta, Diego e Everton? Mais difícil. Mas dá.

Semana que vem o Flamengo opta entre dois cenários comuns a sua história. Ou enche o estádio pra cobrar e sai dali sob pedras e em crise, ou entra pelo “milagre” e sai dali santificado.

Aguardemos. Mas que dá, dá.

RicaPerrone