Clubes tem alma

Muricy-Ramalho-Santos-Ivan-Storti_LANIMA20121109_0065_26Cruel, Muricy nunca se importou em olhar pra camisa que veste antes de ignorar sua história. Para ele, no Santos de Pelé ou no Nautico de Kuki, vale uma zaga fechadinha e um “Deus me ajude” lá na frente.

Foda-se o futebol. Me dê 3 pontos, doa a quem doer.

O Santos é um clube mágico por natureza. Não se faz de algo encantador um robótico sistema de resultados que sequer aparecem.

Muricy é cozinheiro de comida congelada. Sempre foi.

Todos os trabalhos que o fizeram ser campeão foram times montados que herdou e foi destruindo ao longo dos anos.  O SPFC campeão do mundo que assumiu, o Palmeiras do Luxemburgo líder do Brasileiro, o Flu com um timaço montado pelo Cuca, o Santos de Ganso, Neymar, Arouca e cia.

Todos voam no começo, estão prontos. Com sua filosofia, acabam, passam a jogar o mais detestável futebol que existe.

E sem um ou outro gênio lá na frente para encobrir isso com gols, a casa cai.

Caiu.

Caiu sozinha.

Muricy é o único tecnico do país que não é questionado por trabalhos ruins, contratações bizarras e escalações inacreditáveis. Tem o dom de colocar medo nos jornalistas através de respostinhas grosseiras.

Eu não tenho medo de quem ainda “dibra” e resolver “pobremas”.

A mascara vai caindo aos poucos. E todo glamour de quem acreditava ter no Muricy um montador de times campeões vai virando lenda.

Ele não monta nada. Só desmonta.

Agora é olhar, ver quem tem um elenco promissor ou um time já quase no ponto e fazer contato.

Como os que faz com Juvenal, amigão.  Amizade que condenou o Cuca publicamente por também manter.

Muricy tem amigos, os outros tem segundas intenções.

Muricy não teve as peças que pediu. Os outros contrataram jogadores ruins por esquemas com empresários.

Muricy precisa de elenco. Os outros precisam deixar de ser burros.

Muricy é parte do maior caso de amor e fidelidade da história do futebol brasileiro.  Entre ele e a imprensa há um relacionamento invejável. Se cutucam na frente dos outros, nada grave. Mas não se questionam, se respeitam, se olham com ternura até hoje.

Confiam um no outro. Sabem que podem contar um com o outro.

Qualquer treinador com metade do que Muricy fez no Santos estaria sendo massacrado há meses. Ele não é sequer citado como eventual culpado.

Blindagem, marketing de dizer que não faz marketing, saber escolher o próximo passo e cara de “vítima” quando deixa um clube. Eis a receita do maior cozinheiro de comida congelada do mundo.

Amanhã, em todos os canais, aquela entrevista com cara de cansado, dizendo não ter culpa que o time se desmachou, que não tem peça de reposição e que “no Brasil é assim. O time perde a culpa é do técnico”.

Mas quando ganha, Muricy… você nunca disse que era do Neymar e não sua a responsabilidade.

Né?

É.

Podem vir Diego e Robinho.  O futebol voltou a Vila Belmiro.

abs,
RicaPerrone