Aos campeões, tudo!

Aos tricolores de toda terra já entregaram gols, vitórias, taça, festa, goleadas, título antecipado e alguns milagres.

Nessa histórica conquista havia de tudo, desde a mais pífia atuação a mais estonteante goleada, com direito a sofrimento e folga no mesmo final feliz. O Flu de 2012 fez de tudo, só faltava uma coisa.

Perder em casa e sem gols.

Desde julho o torcedor do Fluminense não sabia o que era passar 90 minutos sem gritar um golzinho sequer.

Durante todo o ano,  míseras derrotas. Um único fracasso e com todas as justificativas do mundo: Na Libertadores, onde o Boca passou apertado, o Flu não tinha seus 4 principais jogadores nos 2 jogos.

Desde então, mesmo onde jogou com reservas, vitórias, vitórias e mais vitórias.

Míseras  3 derrotas em todo campeonato. Mais de um turno de vitórias, gols em quase todos os jogos.

Em apenas 3 partidas o Flu não fez gols. Dois empates em zero a zero, uma derrota no Olímpico por 1×0.

Faltava perder em casa, sem marcar gols. Até porque, sua única derrota no Rio nem havia sido no Engenhão, mas sim em Volta Redonda.

E com a soberba de um antecipado campeão, perdeu.

Jogou mal, muito mal. E com a deliciosa arrogancia que só os campeões sabem usar, pode olhar pro placar, sorrir e pensar: “foda-se”.

O “foda-se” mais vezes repetido por uma torcida num estádio de futebol em todos os tempos.

A cada 10 segundos, acredite, eu contei, um torcedor do Flu olhava pro placar, fazia cara de puto, pensava por 2 segundos e logo dizia, sorrindo: foda-se!

O Cruzeiro, coitado, fez a figuração mais caprichada de sua vida. Mas não passou de figurante.

A festa estava marcada, prometida, impossível de ser diminuída.

Como quem constata o óbvio, queriam a taça a todo custo. Medalhas vão pra casa, faixas pro lixo. Apenas a taça solidifica a conquista.

E lá estava ela, cobiçada, prometida, absolutamente entregue.

Objeto de desejo quase reciproco, pois é inegável que apenas a taça quis o Flu tanto quanto o Flu quis a taça em todo campeonato.

Entregue, para milhares, em condição atípica de derrota, já cotidiana de festa.

E assim o Flu encerra o que ainda não terminou. Brilhante, incontestável, chato, quase previsível

abs,
RicaPerrone