Cadê o mito?

No micro-estádio cheio de grife, diante do menos falido dos clubes argentinos, os guerreiros do Flu foram a luta e nem tiveram que fazer grande esforço. Se apertassem, goleavam. Mas, com humildade, fizeram só o necessário, quando necessário, e sairam de lá com os 3 merecidos pontos.

Diante de 4 mil “malucos” tricolores que foram até a lenda Bombonera descobrir que, na real, não passa de um Sào Januário com grife.

Eu dizia durante a semana que “sem o mito”, dava Flu. Deu. Até porque, convenhamos, o fantasma mudou de cor.

Se alguém tem medo, hoje, é o Boca. O falido clube argentino deve olhar pro Fluminense como um velho pastor olha para um saudável pitbull.  E assim, sem grande talento, cheio de grife e camisa, o Boca evitou tomar mais do que 2×1.

Não foi um baile porque o Flu só jogou quando precisou. Quando na frente, cozinhava. Quando empatado, massacrava.

A tal torcida que canta o jogo todo parou pra assistir. São fregueses, não podem com o Tricolor.

Como um campeão, o Flu não tomou conhecimento do que tinha em volta. Tocou, tomou iniciativa, viu no seu goleiro toda segurança necessária para errar e no seu baixinho uma coragem incomum pra quem até outro dia era craque do Figueirense.

Caiu bem a camisa Tricolor no garoto. E quando cai, perdoe-me o Sobis, é pra usar.

Os pontapés, habito argentino pra ganhar jogos, não fizeram efeito. Experiente o time do Flu não caiu no joguinho mediocre deles e apanhou calado. Quando pode, sem o juiz ver, deu também. Afinal… é futebol e, como adoram dizer: “Libertadores é Libertadores”.

Digão, o zagueiro marrento, aquele que era esperança e por um momento virou deboche, hoje foi monstro.  Sequer baixou a cabeça diante de qualquer atacante de azul e amarelo.  Peitou, ganhou a maioria e não perdeu uma dividida.

Era dia de Messi, de Neymar, de futebol.  E assim sendo, naturalmente, era dia do Flu desbancar o falido mito em pleno “campinho com grife”.

“Ó, mas é o Boca!”. “Ai que medo do Boca”. “Jogar em La Bambonera é f…”.

Todos entendem isso. Menos o torcedor do Flu, por motivos óbvios.

abs,
RicaPerrone