“Bad” boys

O futebol é um universo paralelo onde quem manda somos nós, seus devotos. O mundo clama por gente chata, padrão, muda, que não erra. Nós, no futebol, somos o único mundo possível de não nos rendermos.

Aqui ainda podemos rejeitar a idéia de que um drible bem dado é humilhação, mesmo com 5×0 no placar. Podemos ainda achar que não é errado um jogador que apanha o jogo todo devolver com um leve pontapé na no tornozelo de quem o agrediu.

Podemos e nos permitimos ser coerentes e misturar a saudades do futebol do Romário e do Edmundo a gostar de quando Neymar vai pra noite, pinta o cabelo, sacaneia geral, compra um carrão, mete o dele e toma amarelo por revidar. Sim, gostamos.

Me perdoe o exemplo, porque é um jogador que adoro, mas a seleção brasileira ou qualquer time brasileiro não vai conseguir jogar e representar o tamanho da marra que nossas camisas exigem com um “Oscar”  com a 10.  É o carisma de um pão integral em campo.

Precisamos de Neymar. Gostamos de Neymar. Se não hoje, porque é moda criticar e rede social é pra isso, amanhã quando ele parar falaremos pros nossos filhos num facebook qualquer da época: “Aquilo que era jogador. Não esse fulano ai que nem gosta de mulher e apanha calado”.

É a real.  Somos um universo paralelo que ainda se permite andar fora da linha. Não condene o bom futebol, a falta de gols pela firula com 5×0, o drible humilhante e menos ainda o chutinho pra bola bater no rosto do agressor após a marcação da falta.

Precisamos disso. Somos isso. E não podemos deixar que o futebol perca pro mundo chato e politicamente correto. Simplesmente porque a única coisa maior que o mundo é o futebol. Logo, nós podemos tudo.

abs,
RicaPerrone