Até quando?

Fluminense e Vasco fizeram um clássico para 10 mil pessoas no Engenhão. Se valesse a vaga na semifinal, ou seja, com 5 ou 6 por grupo e não 8, teria 30 mil. Mas não querem pois, como em todo país, o importante é agradar aos amigos não necessariamente fazer um campeonato que o torcedor se interesse.

Não bastasse isso, inchada porém melhor fórmula de estadual do país, o jogo tinha seu valor. E tendo, com times completos, não poderia deixar de ser o jogaço que foi. Jogaço que o juiz estragou mais uma vez.

Não vou ficar chovendo no molhado e falando de lances, discutindo pênaltis, etc. A arbitragem do cara foi uma tragédia e desta vez a vítima foi o Flu. E aí que deveria entrar a discussão relevante, não entra.

Não acho que juiz entre em campo pra roubar. Parto do princípio que as pessoas são honestas, mesmo sabendo que estou enganado.

Mas acho que juiz entra em campo com poder de decidir o futuro de 2 times. E aí, caro torcedor, eu imagino a cena mais simples do mundo. Eu gasto 200 milhões por ano pra ganhar um processo através da minha empresa. Meu adversário mais 200, ambos entram no tribunal tensos, cercados de bons advogados e muitos meses de preparação.

Entra o juiz e aparece um padeiro. O que você acha disso?

Pois é. Os dois clubes gastam muitos milhões por mes para manter o que mantém e disputar tudo que disputam. Num momento determinante entre o sucesso e o fracasso, quem pode determinar este resultado é um… caixa de banco? Bombeiro? Um contador?

Que sentido faz o futebol chegar a este nível de profissionalismo com uma das principais figuras no campo sendo um amador fazendo um “bico” de domingo?

Porque diabos as inuteis federações não arrumam o que fazer e colocam os caras com salário, treino diário, concentração, estudando vídeos, etc? Porque não deve dar nenhum beneficio a quem pensa o futebol, é claro.

Ontem no Engenhão tudo terminou com a discussão do pênalti, não pênalti. Quando na verdade essa discussão já deveria ter mudado ha muito tempo.

Quem marca ou não o pênalti tem condições técnicas para decidir isso?
Não. Então, o erro não é só do juiz.

Abs,
RicaPerrone

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Coluna publicada nesta terça-feira no RJSports, jornal carioca.