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Aplausos

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Agora, eliminado, você pode encher a boca e dizer: “Eu avisei!”. Mas não interessa o quanto você avise um sonhador, ele sempre tentará ir além. Este Vasco, time do ano aconteça o que acontecer domingo, é especial por isso.

Sem a blindagem do técnico, culpado por tudo no futebol atual, o time assumiu pra si a responsabilidade. Não se iludam com um momento quando temos anos e anos para comprovar o oposto. Ricardo Gomes nunca foi um grande técnico, o que não anula o fato de ter feito sim um bom trabalho no Vasco.

Seu interino não é o novo Telê. Apenas fala pouco, aparece pouco, ou seja, responsabilidade do time. E é isso que quase sempre acontece quando percebem que o maestro pode reger o que quiser, se a orquestra não quiser tocar, não toca.

O Vasco fez nessas duas partidas da Sulamericana o que eu gostaria de ver um gigante fazer há tempos. Meteu a cara e não teve medo de perder.

“Mas perdeu!”, você dirá.

E dai? Quem não tenta algo a mais fica sempre contente com o comum. O Vasco voltou e não voltou pra fazer figuração entre os grandes.

Jogador é pago, e bem pago, pra jogar quarta e domingo. Esse papinho de “eles não aguentam” me dá profundo nojo, pois quando eles querem, aguentam!

Tentou. Perdeu? Dane-se.

Tentou!

Quantos abririam mão por MEDO de perder as duas e ficar com cara de derrotado? A maioria, como aliás, tem sido.

O Vasco está fora, não é favorito domingo, é capaz que perca os dois campeonatos.

E se perder, não mudo uma virgula do que escrevo aqui há meses.

Tem meus aplausos, ganhando ou perdendo.

O resultado é do jogo, a postura é da personalidade e do caráter de quem veste a camisa de um clube.

Este time do Vasco joga como Vasco.

Diferente, muito diferente, de alguns não tão famosos campeões recentes que apenas “não perdem”.

Parabéns! Meus aplausos a quem tenta ir além.

abs,
RicaPerrone 

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<b>Rica Perrone</b> é jornalista, tem 44 anos, foi pioneiro no Brasil no jornalismo independente online entre outros. Apresentador do Cara a Tapa e "cancelado". com frequência por não ter feito nada demais, especialmente não bater continência pra patota.