Ai, Jesus!

Esperei até terça pra escrever do jogo.  Queria ter certeza de que o silêncio quebraria o tradicional ritual rubro-negro do otimismo extremo em virtude das cores que se postam do outro lado.

Eu sei que o rubro-negro talvez renegue o respeito por puro despeito, mas que tem, tem!

Fosse contra Botafogo ou Vasco os flamenguistas estariam cantando vitória mesmo se tivessem perdido o primeiro jogo. É parte do rubro-negrismo a megalomania, a auto confiança extrema e o bullyng de véspera.  Contra o Flu, não. Aí, não.

É de um respeito mútuo o Fla-Flu que me espanta. Na terra mais debochada do país, nem mesmo o mais abusado dos torcedores arrisca se dizer campeão embora o empate lhe sirva no próximo domingo.

Porque? Porque é Fla-Flu. O maior dos jogos, o mais didático jogo para quem acha que grandeza é torcida, títulos, algo palpável.

Abel Braga viu na não goleada do Flamengo sua melhor oportunidade. E disse, abertamente: “Eles perderam a chance de matar”.  É verdade. E quarta-feira tem Libertadores pra um deles, o que pode pesar muito no domingo.

A vitória do Flamengo contra a Universidad dá ao time total liberdade de perder domingo sem “crise”. E isso é tão raro na Gávea que deve ajudar.  Mas um empate, um milímetro de pressão, e sabemos como o Flamengo reage quando “obrigado” a confirmar um resultado.

A decisão começou domingo, termina só no próximo. Mas tem Fla-Flu na quarta-feira. E como todo Fla-Flu, é melhor não comemorar nada antes do apito final.

abs,
RicaPerrone