A história é de quem faz, não de quem conta

Eu notei certo incomodo dos botafoguenses com a falta de barulho da mídia com o jogo desta noite. Esperei porque achei que, na terça, ele existiria. E chegou a terça, o Real Madrid é capa dos portais, foi notícia do Jornal Nacional e o Botafogo… foda-se o Botafogo!

Gosto quando vejo diversos colegas fazendo textão em facebook lamentando a demissão de uma duzia num jornal qualquer. Acho engraçado, tenho vontade de questionar no próprio post. Mas seria falta de educação.

Gosto quando um jornal ruim fecha.  “Ah mas o mercado…”, que mercado? O que ignora o Botafogo fazendo história numa trajetória épica pra vender jornal pra pivete e ainda por cima diminuir o próprio produto? Não, esse mercado está em coma, sem chances de não morrer. Não me importo se ele morre hoje ou daqui 2 meses.

Vendemos pão frances e avisamos ao consumidor que engorda e seria melhor não comer. E um dia ninguém mais come pão frances. E então a gente quebra a padaria, sai na rua puto e chorando que “o mercado é foda”, “que país é esse?”, entre outros métodos comuns para se terceirizar a responsabilidade pelo fracasso.

O jornalista tem uma mania de merda de achar que é responsável pela verdade absoluta doa a quem doer quando se trata de entretenimento. Mas ele não entendeu ainda nem o que é entretenimento. Imagine como trata-lo.

Ninguém é inteligente ficando na porta da Disney avisando quem entra que dentro do Mickey há um anão chinês ganhando mal. Esse cara é burro, não revolucionário.

O Botafogo hoje classificado faz história. Sacaneia o flamenguista até amanhã a noite, e talvez até depois de amanhã. Depende.  Ele debocha dos outros dois rivais, cria um feito, gera o herói da classificação e imagens de um estádio lotado.

Ah mas a história da semifinal da Champions é mais legal!

Não é. A história é mais legal conforme a capacidade de quem a conta. E é mais fácil contar a do Real Madrid…  Tão mais fácil quanto culpar o jornal e fazer textão quando falido.

Boa sorte, Fogão! Faça-os falar de ti amanhã. Na marra.

abs,
RicaPerrone