A estréia da nação

Eu seria capaz de contar o jogo de hoje sob a reação de uma torcida ainda viciada em estaduais e torneios de futebol convencionais. O Flamengo sofreria o 2×1, perderia o Diego, surgiriam as vaias ao Cirino, o pânico na arquibancada, a insegurança no time e… 2×2.

Arrisco até que seria gol do Grafite. De cabeça, numa falha do Rever, talvez.

Crise. Zé Ricardo ameaçado, a vaga nas oitavas “por um fio”, o Rodrigo Caetano na corda bamba e “O Brasileiro é obrigação”.

Ah, Flamengo… você as vezes é tão previsível.  Mas não é que, “hoje não”?

Talvez pelos anos passando vergonha no torneio, talvez pelos exemplos recentes de Galo, Corinthians e outros brasileiros, o rubro-negro pela primeira vez na vida jogou uma partida de Libertadores.

Sim, “jogou”. Porque a idéia de que torcida em Libertadores assiste jogo é ignorância. Torcida joga, empata, perde, vira, sofre falta, toma cotovelada e também dá.

Faz 38 anos que eu vejo o flamenguista não entender a diferença de um torneio pra outro.  A cobrança é na mesma proporção do apoio, e isso faz do Flamengo uma bomba relógio pro bem e pro mal.

Hoje, repito, pela primeira vez, eu vi a torcida do Flamengo jogar uma partida de Libertadores.

É Cirino? Então aplaude! É Gabriel? Então é craque!  Tá feio? Foda-se! É 2×1, no sufoco, com emoção, alterando bons e maus momentos.  É Libertadores!

Vaia domingo. É estadual, dá tempo.  Faz analise na terça que vem. Tanto faz.  Mas em dia de Libertadores, apenas jogue. Porque quando você quer jogar, flamenguista, você joga pra caralho.

abs,
RicaPerrone