A briga

Vi, fiquei triste, derrotado, com vontade de, mais uma vez, jogar a toalha.

Mas chocado? Não. Não fiquei.

Já vi muitas vezes brigas como essa e você também. Algumas do estádio, outras da tv. Uma até de dentro da briga, de onde corri da torcida rival e apanhei da PM quando mais jovem.

Não tem nada “novo” nas imagens de hoje.

Dois grupos rivais que sob a escolta do rótulo de “torcedor” fazem guerra de gangues pelas ruas e onde não houver policiamento.

Aí sim, cabe a novidade.

Não sei, nem acho que você saiba, se a decisão foi imposta ao CAP ou se ele participou dela. Se pode acatar ou mudar de cidade, se foi pego de surpresa, enfim.

Isso determina, de fato, culpados e possíveis punidos.

Não dá pra tirar ponto e mando de campo da PM. Se o Atlético for responsável pelo risco, ok! Que o CAP seja punido. Não que o Vasco seja beneficiado.

Há uma diferença. Note.

Se eu continuaria o jogo?

Sim. Continuaria sim.

Porque? Porque a corrida da morte do Senna continuou. Porque os outros mil jogos com briga de torcida continuaram. Porque não havia risco pros jogadores e após a pm chegar, nem mesmo pros torcedores.

A merda estava feita. Adiar o jogo não traria os feridos de volta, nem deixaria ninguém mais seguro.

O ponto é apurar, de fato, e até o fim, de quem foi  irresponsabilidade de achar que duas torcidas podem estar separadas por espaço vazio.

O que NÃO deve isentar de culpa o sujeito que, sem pm ou com um exercito, leva um pau com prego na ponta pra um estádio.

Uma coisa é uma coisa. Outra coisa é outra coisa.

O clubismo vai prevalecer.  Os vascaínos todos vão achar justo que anulem o jogo deêm os pontos ao Vasco.  Os atleticanos todos concordarão que não é motivo pra mexer no jogo.

E os outros, conforme simpatia por Vasco ou CAP, vão moldar suas opiniões.

Desde o acidente na Bolívia aprendi que nós adoramos pedir justiça e punição para marginais. Mas que quando são do time rival, são “corintianos”.  Quando do nosso, “meia duzia de marginais”.

Lamento.  Não pelas vítimas, afinal, todos os feridos correram para brigar.  Honestamente, nem me importo com eles.

Mas pelas famílias. Enganadas achando que tinham um “torcedor” em casa.  Quando na verdade…

abs,
RicaPerrone