A boa fé de quem lê

Muito do que se interpreta vai mais da boa/má fé de quem lê do que de quem escreveu.  Dedé disse que não gostaria de enfrentar o Vasco numa entrevista, no mínimo, corajosa.

Há quem interprete como uma desculpa pra “não trabalhar”, há quem ache bela atitude, há quem entenda ser uma jogada de marketing.

Há também a verdade, e esta nenhum chutador de má fé alheia pode cravar. Não estou aqui pra julgar a intenção do Dedé, mas sim sua postura.

E gostei.

O Cruzeiro não disputa mais nada esse ano e é natural que o time vá fazer partidas menos duras daqui pra frente. Alguém decide contra ele? Azar de quem concorre.  É a lógica da tal “justiça” dos pontos corridos.

Dedé é o que é por causa do Vasco. Qual motivo deve fazer este rapaz querer entrar em campo para, por obrigação, sem qualquer objetivo válido, rebaixar seu formador?

Nenhum.

Dedé não briga por 3 pontos, por vaga, por nada. Pro Cruzeiro, pouco importa. É um amistoso de luxo que não vale absolutamente NADA.

A insuportável cegueira de quem defende o sistema atual não consegue enxergar que quando um jogo é decisivo apenas pra um lado a tal “justiça” foi pro ralo.

Porque o Grêmio ganharia do Flamengo em 2009? Pra dar um título pro Inter.

Deixemos de lado os hipocritas nerds de nova geração de comentaristas chupa-euro que acham que é “profissional” ir lá e ganhar o jogo. Vamos aos fatos.

Não tem porque ganhar o jogo que só premia seu inimigo. E então, você facilita.

Errado?

Não. Normal. Natural. Quase instinto.

Dedé não precisa jogar pra ajudar a rebaixar seu clube formador. Se pedirem, ele joga. Mas foi muito corajoso e nobre de assumir publicamente que tem opinião, posição e que não se importa com o que acham os maus interpretes da fé alheia.

A diferença entre o Dedé e o resto do time do Cruzeiro é que pra não jogar neste final de semana ele tem motivo. Os outros, só vontade.

abs,
RicaPerrone