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5 anos no Rio

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5 anos no Rio

Rio, hoje a gente faz 5 anos juntos, tá sabendo? Esqueceu né? Eu lembrei porque sou paulista, confesso.

Não sei se é coincidência, mas hoje faz mais de 30 graus em pleno inverno. Acho que é pra eu me lembrar de tudo que você tem de bom e que só é possível ver a luz do sol.

Como todo relacionamento, a paixão diminui, o dia-a-dia consome, as manias irritam e as qualidades vão virando rotina, passando despercebidas.

O amor? Ele muda. Mas ele segue ali.

Eu não acredito em amor eterno, sabe? Aprendi que a vida é feita de momentos e eles tem que valer a pena. Estar aqui com você nos últimos 5 anos valeu muito a pena.

Não, calma! Não é uma carta de despedida. É só pra agradecer mesmo.

Eu me tornei uma pessoa melhor, eu entendi religiões, crenças, orientações sexuais, diversidade, e especialmente o “pobre”.

De onde eu venho não vemos a pobreza. Podemos passar facilmente 50 anos sem andar perto dela. Aqui, no primeiro dia você tem na sua cara toda a verdade. E nos anos seguintes ela vai aumentando, até doer.

Hoje você está bem largado. Já te vi melhor, mais cuidado, até mesmo eu que odeio maquiagem te achei apaixonante naquele mês olímpico.

Escrevi sobre você e fez muito sucesso quando completamos 1 ano. Ainda era paixão, o tom era diferente. Agora é menos entusiasta, mas já é amor.

Conheci seus defeitos. Cansei de alguns deles, mas ainda não encontrei um que seja insuportável ao ponto de pensar em te deixar. E você, filho da puta, sabe disso. Me derrete fácil com aquele por do sol insuportável.

Quando não tem sol, alguém batuca. E quando alguém batuca eu não aguento.

Penso em ir embora as vezes, voltar pra perto da família, ou até mudar de país por um tempo. Mas e as marquinhas de biquini? E o sorrisão sem dente do vendedor de bala no sinal, feliz doa a quem doer?

Rio, eu queria que você fosse gente.

Queria te dar bom dia, devolvendo o que você me dá todos os dias sem falar uma palavra.

Queria te levar num samba, embora você seja professor no tema.

Queria tomar um chopp com você. Em você mesmo! Tem lugar melhor?

E queria mesmo era te dar um abraço. Mas não podendo, vou ficando. Encolhendo os “erres”, escapando um “x” de vez em quando, chamando mentira de “caô”, amigo de “cumpadi” e marcando compromissos que nunca irei aparecer.

Sou teu fã, cara! E sem abusar… posso ficar mais um pouquinho?

abs,
RicaPerrone