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Vasco, o basicão

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Vasco, o basicão

Existem mil formas de se fazer a mesma coisa. Você pode cumprir seu horário de trabalho com uma vontade enorme de fazer o que está fazendo, com mil metas a sua frente, ou apenas cumprir pra chegar as 17h e ir pra casa.  Você pode empurrar seu casamento com a barriga ou ser apaixonado pela sua esposa.  Você pode reagir a mesma situação de diversas formas diferentes.

Eu tenho comigo a idéia de que o estádio vazio causa mais efeito ao jogo do que o contrário. Imagino um ator entrando no teatro e vendo ele cheio de lugar vazio. Ele vai atuar, talvez até muito bem, mas não vai tirar dele o melhor possível.  Simplesmente porque aquele cenário não comporta o seu melhor.

O Vasco montou um time pra tentar um milagre e quase conseguiu. Fez dele o time que “ganha do Flamengo” e isso num ano “morto” de série B, vale a pena. Mas agora, vendo que não precisa fazer nada além do mínimo pra conseguir subir, vendo o futebol sumir e a liderança permanecer, sem recorde pra buscar e com a Copa do Brasil bem complicada… como se tira algo a mais desses caras?

Porque se tiraria? São vencedores, jogadores veteranos em sua maioria.  Não adianta o papo de “tá lá tem que trabalhar”.  Eles trabalham, como você.  Entram, cumprem horário, saem… mas e o brilho no olhar? Ou talvez o sangue nos olhos, se preferir.  Esse não vem com salário. Vem com desafio.

Qual o desafio do time titular do Vasco, veterano e consagrado, em disputar uma série B?

É o parente saindo da cadeia. Nem dá pra fazer muita festa.  Você fica feliz, faz um churrasco mas nem chama muita gente.

Esse momento do ano era pro Vasco ou estar buscando um recorde (perdeu), a Copa do Brasil (ficou dificil) ou ter um time montado pensando em 2017 cheio de garotos mesclando um ou dois veteranos para sonhar com um conjunto forte ano que vem.

Ele não tem nenhum dos 3 cenários.

A insatisfação do vascaíno não tem a ver com a série B. O Vasco é líder, vai subir. Pouco importa.

Ele não está é vendo o Vasco preparar algo que evite uma nova queda em breve. E aí, infelizmente, não há torcedor que vá, nem jogador que dê algo mais.

O basicão ta alí.  Mas desde quando o Vasco aceita ser o mínimo possível?

abs,
RicaPerrone