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Fernandão e o pé nas semifinais

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E eis o mata-mata. O favorito Cruzeiro pressionou, não brilhou, não acertou o alvo, e o apagado Tricolor que vinha em crise técnica e tática venceu, em pleno Mineirão, por 2×0. Justo? Injusto? Futebol! Só isso.

Se por um lado o resultado causa euforia no Morumbi e desespero na Toca, por outro é possível ponderar algumas situações. O jogo é analisado pelo resultado pra maioria, mas não é bem por ai.

O Cruzeiro não fez uma partida ruim. Fez uma partida sem brilho, é diferente. Pressionou, tentou, mas ninguém brilhou. E no mata-mata, irmão… é futebol. Não adianta se organizar, pressionar mais, porra nenhuma. São 2 jogos, fez, ganha. Não fez, perde.

A verdadeira graça do futebol: O imprevisível.

Nas estatísticas do jogo que tenho em mãos, um número assusta: 22 chutes a gol do Cruzeiro. Apenas 2 do São Paulo. E… 2×0 São Paulo.

Sorte? Não.

Como disse na semana passada, aquele jogo ridículo do Morumbi e a vitória nos penaltis poderia dar uma coisa ao Tricolor: Vontade de jogar o jogo.

E hoje, mesmo com o SPFC tendo jogado uma partida metodicamente para defender e achar contra-ataques, e os numeros comprovam isso de forma indiscutivel, notou-se um time diferente.

Errando pra cacete, sem um padrão, ainda cheio de defeitos. Mas, um time que queria muito vencer. Que vibrou muito com os lances, com a vitória, com a conquista.

Há quanto tempo você não via o Ceni sair vibrando e pulando com uma vitória? É isso! Falta PAIXÃO!!! E hoje, teve.

O Cruzeiro pressionou, tentou, mas tentou errado. Ficou enchendo o saco ali pelo meio, só que é um tanto quanto estranho. Veja você: Tenho 2 laterais fortes, e uso o meio, onde só tenho 1 armador.

Tenho um meia no banco de alto nível técnico, e ele não entra.

Aí, meu amigo, fica difícil.

Ainda assim, o Cruzeiro teve chances de gol para empatar, vencer, enfim. A bola não entrou. E isso é mérito da zaga do SPFC e demérito de alguns jogadores do Cruzeiro, que hoje pareciam meio apáticos, sem arriscar.

Não gosto do trabalho do Adílson. Ja disse várias vezes: Toda vez que o Cruzeiro vai embalando, precisa confirmar, ele perde. Isso tem que ter dedo do treinador, não é possível que mude os jogadores e essa característica permaneça.

E, enfim, falemos do fator desequilibrio real do jogo: Fernandão.

Não foi centroavante. Foi exatamente aquilo que sugeri que fosse: Um meia que vira centroavante.

O SPFC teve 2 bolas pra ganhar, e graças a ter um jogador diferenciado na INTELIGENCIA e não apenas na técnica, o jogo ficou resolvido.

Sabe aquele papo do jogador diferente? De que mata-mata não ganha com elenco bom e sim com um bom time e “o cara”?

Era isso. Como em 2005 pedi muito um craque pra resolver, e veio. Amoroso.

Em 2010, com o SPFC ainda longe de ser um time equilibrado, um cara chegou ali e resolveu.

Futebol é isso. Mata-mata é isso.

Pode planejar, fazer REffis, fazer o diabo. Sem a técnica, não tem vitória.

Não me enganarei pelo placar apenas, pois os números mostram que não houve uma grande atuação, um show de bola, uma qualidade de posse, etc. Houve oportunismo e luta. O que já é um enorme passo diante do que vinha acontecendo.

Resolvido? Pra mim, sim. Se der Cruzeiro, ficarei muito surpreso. Não conheço ninguém que vá ao Morumbi numa decisão e faça 3×0 no São Paulo.

Talvez, quarta que vem, passe a conhecer.

Mas duvido.

O SPFC que não joga futebol há muito tempo, que saiu vaiado do Morumbi na maioria das partidas do ano, está perto das semifinais.

É o futebol! Do jeitinho que eu adoro: Imprevisível, sem justiça e resolvido no detalhe.

abs,
RicaPerrone