11 “crises” e uma reflexão

Tente imaginar que dos 12 grandes do futebol brasileiro 11 deles estejam terminando um ano conturbado e com “crise”.  É quase inacreditável, mas é real.  Com a fase do Corinthians e as cobranças, apenas o Grêmio tem um ano de paz. Todos os demais conseguiram curtir suas crises e terminar o ano com alguma insatisfação.

Veja a tabela. O líder hoje é contestado. O segundo colocado há 2 semanas vivia crise e anunciava seu terceiro técnico no ano. O terceiro colocado mandou o treinado embora sábado.

O quarto, o Grêmio, nem sequer disputa o Brasileirão. E é quarto.

O quinto há 2 semanas teve pressão de torcida no aeroporto e cobranças. O sexto até agosto era “fora mano” o dia todo e o time não prestava. Salvo pela Copa do Brasil.

O Flamengo tem na avaliação de sua torcida “um ano ruim”. É sétimo. O Vasco, também com 3 treinadores no ano, chegou a falar em rebaixamento por diversas vezes.

São Paulo, Galo e Fluminense, nem precisamos desenvolver o assunto. Anos ruins.  Crise.

O Inter, subindo, tomando vaias e com o time rachando com a torcida a um jogo da volta à série A.

E assim vamos encerrando a temporada. Com 11 dos 12 times grandes tendo suas torcidas insatisfeitas com o desempenho de seus clubes.

E eu lhes pergunto com a absoluta certeza disso não ser normal: Seria o reflexo de um ano onde todo mundo vai mal ou de uma nova mentalidade equivocada que compara o desempenho aos grandes da Europa e  esquece-se que aqui não tem 2 times ganhando 90% dos jogos?

O que estamos vendo é um erro de avaliação ou um padrão de exigência que não aceita apenas os pontos, mas também cobra desempenho?

Qual a leitura afinal?  Eu não tenho ainda certeza do que isso significa. Mas sei que algo está muito errado. É inaceitável que todos os times tenham tido um ano contestável, mereçam trocar seus treinadores, viveram crises em determinados momentos e que sejam ainda assim os protagonistas da temporada.

Trata-se de uma nova cobrança, uma forma burra de ver futebol ou de um imediatismo sem fundamento?

Não sei a resposta. Sei que vamos terminar 2017 com todos os torcedores insatisfeitos, menos o do campeão brasileiro e o do Grêmio. Com boa vontade também o do Cruzeiro, que deve ter engolido o festival de “fora todo mundo” com o caneco da Copa do Brasil. E isso se não inventar uma nova crise até dezembro, é claro.

abs,
RicaPerrone