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Ser grande

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Ser grande

Tenho uma empresa com outros dois sócios que busca fazer cases de marketing esportivo e gestão. Eu não atuo em todas as ações, só as que acho que podem me ajudar a trocar de lado que é o que hoje desejo pra mim.  Mas nossa discussão sempre foi a forma que os clubes brasileiros entendem a sua imagem de forma equivocada.

Explico facilmente com o episódio do Atlético Nacional ontem.

O que o Atlético Nacional podia fazer? Ser coadjuvante de uma tragédia, pegar sua tacinha e colocar no memorial, criar uma hashtag e foda-se. É isso que a maioria faria.

Mas eles foram maiores. Se por marketing ou coração, indiferente. O alvo foi atingido da mesma forma. Não me importa se você faz doações de boa fé ou pra parecer boa pessoa, desde que doe a quem precisa.  O Atlético eternizou seu clube de maneira que 10 títulos da Sulamericana não fariam.

E logo me lembro da estúpida briga de SPFC e Flamengo pela taça de bolinhas. Eu disse ao Juvenal uma vez no clube: “Presidente, nós assinamos isso. Não vale nada. Pega a taça e leva na Gávea. Seja enorme”.

Ele me disse que “não posso, os conselheiros me matariam”.

É o mal do futebol brasileiro. Acima de valores, de uma identidade e de qualquer coisa está o ego do dirigente que “manda” no clube. Ele está ali por “amor”, não por profissão. Logo, pra ele, brigar pelo seu é mais relevante do que brigar pelo todo e ver o mercado crescer.

O Atlético ontem fez a maior ação que poderia ter feito em sua história. E note, no mesmo ano que conquistou a Libertadores, conseguiu fazer algo muito maior sem jogar futebol.

Será marcado como “o clube da compaixão”, o clube que deu um título por grandeza.  Quantas sulamericanas vale isso?

E aí eu vejo os nossos clubes (tal qual os do mundo todo) perdidos sem uma diretriz, sem valores definidos e fazendo mais do mesmo o tempo todo em busca de um troco a mais, um caneco aqui, uma venda ali. E nada muda.

O Atlético deu aula. Se por marketing ou amor, não me faz a menor diferença. Foi feito o bem a TODAS as partes.

É tão difícil assim perceber que clubes de futebol podem e devem ser mais do que sua sala de troféus?

abs,
RicaPerrone