Home Clubes Corinthians Pra sempre

Pra sempre

0
Pra sempre

Menino…

Você talvez não tenha idéia do que fez hoje, mas fez. Talvez sua carreira termine aqui, agora, sem que nunca mais você volte a aparecer sequer na tv. Talvez volte a um time pequeno, talvez o Corinthians perca semana que vem e ninguém nunca mais vai lembrar do seu gol.

Talvez.

Mas talvez não. É possível, bem possível, que seu gol seja apenas o terceiro passo de uma carreira que se não for fantástica já tera sido ao menos relevante.

História pra contar você tem, garoto. Pra 3 gerações, no mínimo.

Deve ter ouvido de nós, jornalistas caga-regra, que não era justo “jogar você pros leões aos 36 do segundo tempo”. Que não era momento de “endeusar um garoto por 2 gols num clássico”, e  de fato não é.

Te jogaram pros leões, e você os matou.

Leões que não são tão fortes quanto pensamos ser. Mas que para valorizar o nosso e ter o que falar, aumentamos. Você, por marra, talento, natureza ou estrela, os ignorou.

Não foi um gol. Foi um toque na bola que muito veterano não daria. Foi uma postura e um semblante ao entrar em campo que a maioria não teria.

Seu nome sugere, você confirma. Marra, personalidade, talento.

“Mas é só um garoto, calma aí!”

Sim, é isso. Pode não ser nada, não se tornar ninguém.  Sua carreira é vazia ainda, sua história mal começou.

Não faço idéia se estou me referindo a um craque ou a um sortudo qualquer que nunca mais acertará mais nada na carreira.

Mas hoje, garoto. Só hoje, você é o cara mais importante do mundo.

Pra quem torceu, pra quem secou.

Romário Ricardo da Silva.  Brasileiro, 21 anos.

O maior jogador do mundo.

Não? Então tente dizer isso a um corintiano nesta noite de quarta-feira.

Ele te explicará com os olhos que não existe discussão.

Ele é. Será por uma semana. Ou, quem sabe… pra sempre.

abs,
RicaPerrone

Previous article I’m bad!
Next article Normal
<b>Rica Perrone</b> é jornalista, tem 44 anos, foi pioneiro no Brasil no jornalismo independente online entre outros. Apresentador do Cara a Tapa e "cancelado". com frequência por não ter feito nada demais, especialmente não bater continência pra patota.