Pra nós é grego

Fui assistir ao “Concussion”, que em portugues se chama “Um homem entre gigantes”.  Não farei deste post um spoiler, prometo. Até porque, o caso é real e já bastante citado pela mídia esportiva, logo, não há “novidades” na história.

Will Smith é um médico que encontra uma ligação entre a causa de mortes e doenças com o futebol americano. Até aí, ok.  O filme mostra a luta dele para provar e tentar evitar que pessoas saiam tão machucadas de um “esporte”.

A NLF luta contra, ele luta contra a NFL, um dia não dá mais pra esconder a verdade. Mas, no filme, a NFL aparece como ela é. Com sua marca, escritório, nomes, imagens de jogos, sem nenhum “veto”.  E então eu sai do cinema me perguntando como isso é possível.

Eu sei que você dirá que o americano é mais evoluido que o brasileiro nessa questão e não tenho dúvida disso. Mas porque a NFL liberaria imagens e direitos dela num filme que mostraria pro mundo como ela foi sem escrupulos?

–  Ah Perrone, porque agora mudaram algumas regras. Ela mostrou que tem.

Não! O filme não mostra isso. Mostra a verdade. A briga entre o lucro e a vida humana, com um vilão e um mocinho.

Imagine se eu faço um filme sobre a vida do Romário e vou na CBF pedir autorização pra falar dela, com imagens e tal, sobre a prisão do Marin, por exemplo. Nem por um cacete eles aprovariam.

E eu entendo. Me soa natural.

Mas a NFL permite um filme expor pro mundo como ela é escrota e na cabeça dela, e parece que com razoável noção do que estão fazendo, isso não é ruim pra eles.

Porque as vezes pra nós brasileiros o mundo parece falar grego?

abs,
RicaPerrone