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O mundo “quase” acabou

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O mundo “quase” acabou

A Mocidade entrou na avenida como um premiado filme norte-americano chegando ao Brasil. Você ouve tanto falar, espera tanto, cria tanta expectativa, que mesmo sendo um filme muito bom sai de lá com a impressão de “não ter gostado muito”.

Na verdade essa reação, que confesso também ter tido, chama-se frustração. E ela não é quesito.

A escola tinha um samba fraco, mas teria no chão da escola um empurrão considerável. Choveu das 6 da tarde até meia noite e meia, quando entramos na avenida. Você talvez não tenha idéia do que é ficar na chuva com fantasia concentrado por 4 ou 5 horas. Não tem como. A escola estava cansada, aliás, todas elas ontem. Por isso nenhuma pulsou forte no chão.

O Paulo? Ele é genio. Mas não se espera mais dele que faça algo melhor que os outros. Espera-se dele algo melhor que “O segredo”, e ele passou bem longe disso. O que não quer dizer que tenha passado longe de ter sido uma das melhores escolas. Pelo contrário.

O abre alas, a comissão de frente e a explosão do carro foram bem danificados pela chuva. Mesmo preparado pra chuvas, nenhum carnavalesco faz carro pra ficar 6 horas na chuva.

Não achei apelativo, achei corajoso. Principalmente porque se o mundo fosse acabar, de fato, a maioria das pessoas faria mesmo era sexo. E ele tinha que ser explorado, com gays, com orgias e o que mais fizesse sentido no contexto.

Os gritos de “é campeão” foram pela euforia, pela volta, mas também pelo desfile em si. Pra mim o melhor da noite.

E não, não achei bobo a legenda das alas. Acho que todos deveriam ter e é uma hipocrisia do caralho falar que “a fantasia tem que se auto explicar” porque NINGUÉM entende as fantasias sem ler o que é. Carnavalescos deliram, surtam, inventam e invariavelmente nos confundem. Acho justo com o público uma legenda. Vi uma tendência surgir ali.

Hoje revi pela Tv. Achei melhor do que na avenida. Porque vi sem a expectativa de ver o mundo acabar.

Não acabou. Mas não será o mesmo.

Parabéns, Dudu, Bereco, André, Lucinha, Bruno, Diego, Gabriel, Juliana, Diogo, Rodrigo, Rogério e toda gente de Padre Miguel. A estrela brilhou de novo.

abs,
RicaPerrone