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Ninguém quer ou todos querem?

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É comum ouvir dizer que “ninguém quer o título” quando se embola tudo no final. É fácil repetir isso quando o líder começa a perder ou quando os mais cotados entram numa fase ruim. O duro é o parâmetro, sem igual para o Brasileirão.

Aqui não tem essa de caneco “perdido”. São 12 grandes clubes com capacidade de ficar com ele sem ser chamado de “zebra”. E isso, meu amigo, é só aqui.

Vai comparar com o que? Com os nossos falidos vizinhos que disputam entre 2 clubes há 30 anos e quando surge um “bicudo” no meio logo volta a seu lugar?

Com a Espanha, onde 2 clubes disputam o título e levam 38 rodadas pra decidir o óbvio?

Vamos a Itália, aí sim! Opa, são 3 ou 4, no máximo.

Na Inglaterra, não fosse a compra do Chelsea, que saiu das cinzas pra virar “grande” (até que alguém pare de investir), seriam 3 ou, no máximo 4.

Ali não se “perde” título porque você passa o ano batendo em nanico.  Aqui, onde passamos 22 das 38 rodadas encarando times grandes, o buraco é mais embaixo.

É mania nacional o menosprezo ao que é nosso, mas não minha. Nosso futebol é muito melhor que o dos outros e o nosso campeonato, mesmo sendo pontos corridos, o que considero chato e europeu, é um verdadeiro baile na concorrência.

Dos últimos 9 jogos onde o ex-líder Fluminense deixou de vencer, ele enfrentou apenas São Paulo, Palmeiras, Santos, Cruzeiro, Botafogo, Flamengo e Corinthians.

“Ah, mas não pode empatar com o Prudente!”. Concordo, não pode mesmo.

Mas pra estes aí citados… pode.

“Não querer a taça” é um termo que pode caber, talvez, ao clube que tem 10 pontos de vantagem e de repente passa a perder tudo como um nanico. Ou, talvez, a um clube que abriu vantagem batendo em gigante e começa a entregar pra pequeno. Campanha de Robbin Hood.

Dá pra chorar pontinhos aqui, outros ali. Mas num geral, não se engane, o nível é outro. Seja pra baixo ou pra cima, aqui há um nivelamento tático e técnico muito grande. Os clubes são todos uma várzea administrativa, todos vendem jogadores na janela, todos tem problemas de contusão e 12 deles tem uma camisa pesada.

Não há parâmetro. Nosso campeonato é só nosso, não tem nada parecido por aí.

Na Europa se salva a Champions, porque o resto é mediocre.

Aqui, ao contrário de lá, a Libertadores também tem seus “raros” favoritos. Ainda assim, há uma divisão maior de forças, o que não se compara com a Liga dos campeões nem por decreto, já que nosso continente se limita ao Brasil hoje em dia. Lá, juntando 2 de cada país, dá um baita torneio. Aqui, temos os nossos, um que surge todo ano do nada e uns 2 argentinos pra “encher o saco”.

Tanto é que de 1992 até 2010 apenas 2 finais não tiveram brasileiros. Em ambas um brasileiro foi terceiro colocado, diga-se.

Acho que já passou da hora de notarmos que não somos piores em tudo, pelo contrário, somos destaque em muita coisa. No futebol especialmente, onde temos um campeonato “especial”, cheio de altos e baixos e sem 2 favoritos.

Temos sorte, e zombar da sorte me soa como burrice.

O Flu quer, e muito. O problema é que o Cruzeiro também, o Corinthians, o Grêmio, o Botafogo, o Inter, o SPFC, o Palmeiras, o Galo, o Santos, o Vasco e o Flamengo também querem.

E mais do que querer, coisa que o Prudente também quer, eles PODEM brigar por títulos sem ser “zebras”. (Tirando a geração playstation que acha que time grande é só aquele que nos últimos 3 anos ganhou alguma coisa)

Já copiaram o formato, que apoiava e hoje acho ruim. Vão copiar os estádios, mandando brasileiro sentar na cadeirinha.

Querem copiar o marasmo de passar 1 ano esperando pra ver “QUAL DOS DOIS”  é campeão?

Melhor deixar assim, né?

abs,
RicaPerrone