Nasce uma “estrela”

Mario Fernandes, 21 anos, paulista, lateral direito do Grêmio e não da seleção brasileira. Sua credencial esportiva nacional é o sumiço por depressão quando ainda era da base tricolor.  Desde então veio se firmando, conseguiu vaga no time e, quando convocado à seleção, recusou o convite alegando problemas pessoais.

Problemas que o levaram a passar a noite na gandaia, diga-se. E este problema, seja ele verdadeiro ou não, jamais foi “o Grêmio”.  Torcedor é apaixonado, quase maluco, e não ia perder a chance de distorcer os fatos.

Fizeram de Mario Fernandes, o pequeno desequilibrado deprimido baladeiro mirim, um ídolo.

Essa bandeira não é montagem. Um grupo de torcedores, possivelmente os mesmos que pediram a volta do Ronaldinho depois da sua saída “transparente” do clube.

Aqui, nessa terra de ninguém chamada futebol, funciona assim. Garoto faz um monte de bobagens e onde vai tem nego pra bater palminha e transformar lata em ouro.

Mimam os coitadinhos e, quando homens, não sabem porque não cresceram.

Mimam até virar gente. E quando viram, representam o país. Lá, quando afinam, quando não tem personalidade de pedir uma bola na Copa do Mundo, a gente reclama que são “mimados”.

Mas quem mimou?

Onde que o garotão deixou a seleção, que diga-se, não é uma atitude merecedora de aplausos pois até onde sei o Rio Grande do Sul ainda fica no Brasil, para “ficar no Grêmio”?

Ele deixou de ir por “problemas pessoais” ou, na hipotese mais aceitavel,  por ter perdido a hora enquanto ia pra balada.

Provável porque quem tem problemas pessoais tem o bom senso de ligar pro comandante e dizer: “Professor, antes de imprensa queria agradecer a convocação e explicar pro senhor que estou … bla bla bla”.

Mas não! Na manhã do embarque ele teve problemas pessoais e chamou a imprensa. Porque ele, talvez, não tivesse o telefone do Mano.

Ah vá! Fala sério.

Kleber outro dia brigou com a diretoria, fez leilão e ganhou aumento. Hoje o querem longe do Parque Antártica.

O moleque recusa a seleção, não comunica a CBF, o clube e nem ninguém, dá uma de irresponsável, se desvaloriza e é feito de ídolo por meia duzia de apaixonados gaúchos que acreditam em papai noel.

Papai Noel azul, é claro.

abs,
RicaPerrone