Não vale nada

Se um dia alguém me convencer que enfrentar um grande rival e vencer não significa nada, largo a profissão e também a paixão pelo futebol.  Você não verá um clássico deste porte no mundo todo vazio, sem importância e contestado de véspera porque a inteligencia comercial sobrepõe a “critica jornalistica” quase sempre.

Disse “quase” porque tem a nossa filosofia de tratar futebol como uma coisa prática e objetiva onde o único interesse é somar pontos para buscar uma vaga.  Tolice, amadorismo de quem cobre entretenimento.

O Fla-Flu é um evento que não cabe em Volta Redonda. Se fossem miseramente inteligentes teriam levado para um estádio da Copa já pronto, ou pra uma capital forte e dado 30 mil pessoas dizendo ser um “raro Fla-Flu” fora do Rio, atraindo diversos torcedores de outros lugares e fazendo que o jogo tivesse, ao menos, cara de clássico.

Poderia ser histórico, virou “mais um”.

Mais um pra você, tricolor. Não pro rubro-negro, que hoje venceu um Fla-Flu. Em Volta Redonda, no aterro ou no Maracanã, ainda é um Fla-Flu.

“Tá fora”. Tá, é verdade. Mas venceu o Fla-Flu.

“E dai?”.

Tem razão. Não vou discutir. O Flamengo está fora e o Flu na Libertadores. Mas, o Flamengo venceu o Fla-Flu.

“Não valia nada!”.

É, pois é. Nadinha.

Um Fla-Flu assassinado por nós mesmos, como quase sempre tentamos fazer com nosso futebol.

Tem mais 2, no mínimo, em 2013. Que sejam do tamanho que merecem, porque hoje era dia do Renato Abreu estar nos ombros do povo, os jornais vendendo um vencedor e um derrotado, o público ter sido de mais de 30 mil pessoas e todo país ter parado para saber quanto foi o Fla-Flu.

Mas não. Não valia nada.

abs,
RicaPerrone