Mudança de hábito

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É um novo tempo no Flamengo. Lá, onde reinava a bagunça, dizem que agora reinará o profissionalismo.  Ali onde uma torcida tinha um time inverte-se tudo e o clube passa a cuidar de sua torcida.

Promessas, idéias, expectativa e fé. Um novo Flamengo está sendo desenhado, mas é preciso que os hábitos também sejam.

Sábado a noite Love deixou o Flamengo. Em explicação pouco detalhada mas aceitável ficou claro que existia uma diferença entre o que o clube quer pagar e o que o Love/CSKA tem a receber. Assim sendo, quando surgiu a oportunidade de “zerar” mais uma dívida, o clube aceitou. Love, que não pode aceitar redução pelo mesmo motivo que você não aceitaria em seu emprego, foi embora.

Imediatamente surgem mil perguntas sobre. E em todas elas busca-se um vilão.

‘Quem errou?’. “Ah essa diretoria nova…”. “Cade o amor, Love?”, entre outras piadinhas e insinuações não muito inteligentes, mas aceitáveis diante do tema.

Porque não é uma das opções viáveis que ninguém tenha errado e que tenha sido apenas um acordo sem vítimas e vilões?

Porque é necessário colocar um fim de contrato dentro de um contexto político, ao mesmo tempo apelar para o lado sensível do jogador e caçar um problema em meio a uma solução?

O Flamengo não tem dinheiro, aliás, há mais de 30 anos não tem. Agora, onde todos depositam as esperanças numa gestão mais cuidadosa, é hora de entender decisões como estas e não caçar vilões a troco de manchetes que torcedores não darão na segunda feira.

Quem errou, afinal?

Ninguém. Me parece uma troca simples de interesses. O Flamengo não pode pagar, o Love tem oferta pra voltar, então que fiquem todos felizes e acabou o amor.

Porque toda ação no futebol envolve um vilão necessariamente?

É preciso mudar de dentro pra fora mas, também, de fora pra dentro.

O Flamengo é um barril de pólvora. Não seja tonto de entrar na pilha e jogar um fósforo ali. A mídia quer noticiar o incêndio, não ajude a causa-lo.

abs,
RicaPerrone