Moleque!

Paulo Henrique Ganso, aquele que de forma precipitada era colocado nas rodinhas de boteco como “muito mais cabeça que Neymar”, ou, “tem perfil europeu”, entre outras ejaculações precoces da bola.

Hoje, sem brilhar há algum tempo, avisa seu clube que, mesmo sob contrato, não joga mais lá.

Você pode procurar os motivos do jogador e eu compreendo que o fanatismo permita certas alucinações. Não entendo, porém, qual papel do Inter e do Ganso nessa história.

O jogador determina que não joga mais no clube que lhe fez não ser “mais um” na vida.  Pelas atitudes, pela forma de conduzir a carreira nota-se que sem o dom da bola seria complicado ter sequer um carro zero.

Te oferecem 500, você não quer. Acha que vale mais mesmo estando todo este tempo andando em campo ou no Dep. Médico fazendo fisioterapia. Seja como for, é direito seu achar que vale bem mais do que isso.

Direito do Inter comprá-lo, caso realmente o faça. Direito do Santos, que não terá coragem de fazer, encosta-lo.

Porque um “novo Ganso”  o Santos acha em 2 anos. Um “novo santos” disposto a aguentar arrogancia e petulancia de um garoto que deveria estar agradecendo e não pedindo mais, você só vai achar uma vez.

Tem nome, parece ser o Inter. O mais novo “burro” do futebol brasileiro. Aquele que acha que é malandro e que prestigia a falta de ética e de palavra. Aquele que vai virando um refugio para os infiéis, sem notar que quando abre suas portas para este tipo de caso está, também, abrindo para que façam com ele amanhã. E farão. Tenham certeza que farão.

O colorado apaixonado diz: “Se liga meu, o Inter não tem culpa que ele não quer jogar no Santos”. Verdade, mas o Oscar, o Ganso e o zagueiro do Flu que nem lembro o nome contrariam o bom senso de dizer pro jogador: “Seja grato, tenha palavra, etc”. Porque se você não tiver, tudo bem. Tem o Inter ali pra me acolher.

Tá errado, colorado. Bem errado.  Enquanto muitos lutarem por uma fatia maior de um bolo pequeno, perderão a chance de ter um bolo grande e fatias maiores. Se as portas se fecham, ele não faz. Mas elas se abrem, e eles fazem.

Como boas mulheres de malandro que são os clubes brasileiros, pode ir, pisar na camisa e se voltar daqui 4 anos chega de helicóptero. Culpa sua, minha, dos clubes, dos dirigentes, de todos nós.

Ganso é só mais um. Mais um daqueles que achamos que não seria “só mais um”, mas é.

Porque é moleque.

“Eu não jogo mais aqui”, diz o rebeldinho já com a amante esperando na cama.

E todos acham que ele se deu bem.

Porque? Porque é fato.  Bateu pézinho e vai conseguir o que queria.

O Santos não precisa do Ganso, mas o Ganso precisa que “Internacionais” lhe garantam o direito de ser ingrato e infiél.

“Ah mas você queria que o Inter recusasse o Ganso?”, dirá o fanático que só enxerga 6 meses adiante.

Sim, queria. Como disse que o Palmeiras não podia dar o aumento ao Kleber, que o Santos não podia receber o Robinho de helicoptero e como insisto em dizer que o São Paulo não devia tirar jogador na justiça de clube nenhum.

Quem manda no futebol brasileiro são os 12 grandes. E se um deles vira as costas pra tirar vantagem, passam a mandar os empresários e jogadores como Ganso.

Deus limitou a inteligencia, não fez o mesmo com a burrice.

abs,
RicaPerrone