Meio macho, meio maluco

Tite é cerebral, moderno, genial.  Diniz é macho, maluco.

A diferença entre os dois é experiência, camisa, responsabilidade, histórico, obrigação de ganhar, entre outros mil pontos. Mas a semelhança é simples: Os dois enxergam um futebol que no Brasil poucos conseguem ver.

A bola, enquanto minha, é certeza que não levarei gols.  Os passes, quanto mais simples e curtos, menos vezes errarei.  Qualquer chutão ou “joga na área” significa “vou perder a bola pro adversário”.  E portanto, partindo do raro princípio que com bola dominada também se treina, os dois fizeram algo grande nesse Paulistão.

Corinthians e Audax se parecem no conceito.  A forma de executar do Corinthians é muito mais segura, até pela qualidade dos jogadores. Mas, é muito menos ousada. Também é muito mais cobrado. Logo, cabe a um a obrigação de ganhar, ao outro a obrigação de tentar.

Treinador de time pequeno que não ousa, além de covarde é burro. Pois ele joga fora a única chance que tem de se destacar.  Diniz não é burro, menos ainda covarde.

Chegou lá porque tem filosofia de jogo. Foda-se se discordamos dela ou concordamos. O time tem uma proposta TREINADA, não gritada no vestiário apenas.

Note que todos os lances de perigo contra o Audax são criados por ele mesmo. Talvez caiba aí uma crítica ao exagero. Mas quem pode criticar um time que não existe no mapa do futebol chegar a uma decisão tirando SPFC e Corinthians do caminho?

E quem vai dizer que o Corinthians, que perdeu o time inteiro e ainda assim protagonizou Paulista e Libertadores até aqui, merece contestação por duas bolas do meio da rua que entraram e uma eliminação nos pênaltis?

Salve o mata-mata!

Se Diniz e Tite pudessem classificar algo hoje, talvez não fosse nem mesmo seus times. Mas suas convicções.

Com a bola nos pés também se ensaia.

abs,
RicaPerrone