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“Eu sou seleção”?

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Era uma vez um jovem jogador esforçado que, ao cair nas mãos de um técnico que adora correria, virou titular de um tricampeão. Foi eleito melhor volante, virou ídolo de alguns, elogiadíssimo pela mídia, etc , etc, etc…

Sem motivos, sem critérios e sem noção, o treinador fez com que ele virasse lateral esquerdo. Ele foi pra seleção tapar buraco e quando voltou achou que era craque. Desde então, quando achou que Patinho era Picanha, virou carne de segunda.

“De segunda” pra torcida. Para os treinadores ele era o melhor jogador do mundo. Ninguém é titular de 4 posições de um time tricampeão brasileiro, só ele.

Ninguém pode errar tudo que tenta e continuar no time, só ele.

Ninguém é tão competente que conseguiu se blindar de críticas pela bola e, depois, pelo preconceito as avessas. Ele conseguiu. Jurou ser “como a maioria”, enquanto se sentia perseguido por “não ser”.

O que ele é ou deixa de ser, ninguém sabe e nem quer saber. O que ele usou isso pra se promover e ser o que é, todos sabem.

Richarlyson não é famoso porque joga muito. Ele é famoso porque tem fama de homossexual. Ele sabe disso, todo mundo sabe disso.

Ele é intocável porque vive com o preconceito sobre ele. Quando o criticam, parece ser homofobia, não um critério técnico. E hoje em dia, onde não ser gay é quase anormal, isso acaba pesando pra quem tem microfone nas mãos.

Todo jogador é chamado de viado pela torcida rival antes do jogo. Quando Richarlyson foi, na Vila, virou notícia em todos os lugares alegando “preconceito”.

Me desculpem, nunca citaram o Renato Gaúcho como vítima de preconceito. Ele é chamado de “viado” onde vai, pois sempre foi o craque do time que esteve atuando. Idem pra Romário, Ronaldo, etc.

Preconceito as avessas é isso. Ele diz “não”, as pessoas ACHAM  que “sim” e por isso o tratam com diferença.

Tanto no lado ruim, que é na gozação, quanto no bom, que é na blindagem.

Richarlyson é um jogador comum. Quando esforçado, era útil. Quando achou que era diferenciado, virou um jogadorzinho.

Um dia, segundo me contaram jogadores do SPFC, ele fez uma bobagem grande num jogo de Libertadores. Ao ser cobrado na entrada do vestiário pelos colegas, gritou: “Me respeitem! Eu sou jogador de seleção!”.

Não, não é.

Nem do SPFC deveria ser.

Porque é um sujeito que não merece o “direito de imagem” que ganha, que nenhum torcedor quer tê-lo no seu time, que incomoda a torcida e a diretoria, e que não joga nem 50% do que acha que joga.

Richarlyson gosta de aparecer. E consegue. É sempre notícia pelo que veste, pela forma que anda, pelo lugar que vai, pelo jeito que fala. Pela bola que joga, foi uma vez, pra nunca mais.

Isso se chama despreparo para o sucesso. E convenhamos, nem chegou a ser um “sucesso grande”.

Não terá seu contrato renovado e obviamente terá outro clube interessado. Em dias, será anunciado. Em outros, será questionado pela nova torcida. Se tornará vítima, coitadinho, e assim jogará por mais alguns meses encoberto pela polêmica pessoal e não pelo futebol que joga.

Ou melhor, que jogou um dia, quando sabia que era só esforçado.

O SPFC faz muito bem em não manter seu polêmico e pouco produtivo pop-star.

abs,
RicaPerrone

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<b>Rica Perrone</b> é jornalista, tem 44 anos, foi pioneiro no Brasil no jornalismo independente online entre outros. Apresentador do Cara a Tapa e "cancelado". com frequência por não ter feito nada demais, especialmente não bater continência pra patota.