Em busca de um vilão

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Se o Flamengo for eliminado daqui 2 semanas contra o Emelec – num resultado comum que seria perder lá, diga-se – logo surgirá aquela deliciosa discussão do dia seguinte onde cada pessoa envolvida tenta encontrar um buraco anterior ao que causou a queda.

“Sabe quando perdemos a Libertadores? Não foi hoje. Foi contra o Bolivar, aqui”.

“Não, sabe quando foi? Lá, no lance do Samir. Ali… fodeu!”.

“De jeito nenhum! Tinhamos que ter empatado com o León lá. Aquele lance do Hernane, se entra, estamos dentro”.

O Emelec, se vencer, será só um detalhe.   Todo mundo tem seu ponto de eliminação pronto em qualquer campeonato, mesmo quando o conquistamos.

O Flamengo chegou a Libertadores, pra muitos, no erro do Dedé que gerou o gol do Carlos Eduardo no Mineirão.  Para outros, no do Amaral na final. Ou no do Elias, enfim.  Cada um enxerga o golpe fatal onde bem entender.

Não há dúvida que a tabela é terrível neste momento. O Léon é favorito contra o Bolivar e o Emelec contra o Flamengo. Só uma vitória no Equador colocaria as coisas em situação “agradável”.  Mesmo um empate levaria a rezas e muita tensão.

“O jogo”, “o momento” que pode salvar o Flamengo será na semana que vem, entre Leon x Bolivar. Ali sim, um resultado que não a vitória do Leon, pode mudar o cenário.

Mas duvido.  Como duvidava no Maracanã e aconteceu.

O Flamengo já tem seus pontos de eliminação para livre escolha do torcedor. O Samir, a estréia, o gol que o Hernane perdeu, os dois gols do Bolivar no Maracanã. A contusão do Elano, talvez.

Mas se acontecer, não se engane. Será um resultado comum e sem grandes vilões de um elenco comum que surpreendeu na Copa do Brasil e passou a ter a surpresa como referência.

O Flamengo não tem um timaço. Longe disso. E o sonho de se chegar forte a uma Libertadores sequer era pra 2014. Veio antes, como talvez venha a eliminação.

E não há nada de absurdo nisso. O “super Flamengo” projetado pela diretoria e torcida ainda não existe. Este é aquele mesmo time que antes de vencer o Cruzeiro na Copa do Brasil era contestado por todo rubro-negro.

abs,
RicaPerrone