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Cabecinhas

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Imagine se eu colocasse  a Brahma nas mãos de um bêbado. Fatalmente ele quebraria e empresa, afinal, não tem condições de cuidar daquilo que, por exagero, o fez perder o juizo.

Torcedor de futebol quando tenta ponderar decisões administrativas é a mesma coisa. Tomado por paixão, acima da razão, já quase inconsequente e só enxergando o que é melhor pra ele, cometeria os mesmos erros dos nossos dirigentes atuais, que nada mais são do que torcedores de gravata.

Ontem ponderei sobre Corinthians x Santos ser ou não no Morumbi. Hoje eu cravo, sem dó: Burros!

“Ah mas o Corinthians se sente melhor no Pacaembu!”, dane-se! Passou da hora de entender que há um evento, um espetáculo, um esporte e, ABAIXO DISSO TUDO, um resultado no placar.

Maior do que a vaga na final para um deles é o jogo entre eles. E este confronto, nas mãos de gente inteligente, seria um mega evento maximizado sem moderações. Como administrado por vaidades, interesses proprios e menores, vira uma guerrinha de dois times, o que deveria acontecer apenas no dia do jogo, em campo.

Santos e Corinthians jogam o primeiro jogo para míseros 15 mil pagantes. Destes, sabemos, 95% são pessoas que podem pagar os 120 reais de ingresso de uma arquibancada. Ou seja, aquele torcedor maluco que se pendurou ali pra garantir a ida pra Libertadores contra o Naviariense na Copa do Brasil está fora. E há quem ache isso “bom negócio”.

Bom negócio pra quem colocar 50 mil pessoas em 2 jogos que poderiam receber 140 mil?  Cadê o bom negócio em entupir os dois estádios de gente rica e deixar o torcedor fiel e apaixonado, aquele que anda 3 horas de trem pra chegar no campo, vendo pela tv?

“Pro meu time que joga melhor em casa”, diria o torcedor. E quem organiza, que de fato deveria pensar o evento, o esporte, não o resultado de um jogo menor?

Sabe porque nos EUA funciona? Porque o esporte tem dono. Não tem essa de 200 clubes se matando. Tem um dono, tipo UFC, e os donos de clubes. É um negócio. E se o negócio é vender entretenimento, que assim seja.

Tão vendendo o que, afinal? Ingresso pra playboy tirando o torcedor de geral do estádio e acham que estão fazendo um “baita negócio pro seu clube”?

Seu clube, meu clube, qualquer clube. Todos vivem do futebol, que é algo acima de todos eles. Se o Galo vai mal, perde também o Cruzeiro. Isso é o básico de qualquer pessoa que tenha segundo grau.

Se o evento pode ser gigante, que seja! Porque minimizar o espetáculo em troco de uma rivalidade que dentro de campo, por 90 minutos, já basta?

Fizeram de 2 grandes jogos populares um duelo por uma vaga e mais nada.

E sim, há quem diga que “O que mais existe ali além da vaga?”. E este, não a toa, torce, não administra.

O problema é que quem administra também pensa assim. E por isso vivemos assistindo um evento virar “apenas” uma partida por 3 pontos.

Tem nome, é burrice.

E mais do que essa, dos dirigentes, é a de quem lê, avalia a situação e volta a discutir “Morumbi”, “Pacaembu”, sem notar o que de fato é preocupante e aconteceu:

O povo está fora dos 2 jogos.  O povo não tem como pagar e levar seu filho a 120 reais. Porque? Porque não cabe. E pra ganhar como onde caberia, aumentam e tiram o povo do jogo.

Se pra você isso se resume a 3 pontos, uma vaga… lamento. Sem povão o futebol vira Tênis. E Tênis, sabemos, não enche nem ginásio por aqui. Porque será?

abs,
RicaPerrone

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<b>Rica Perrone</b> é jornalista, tem 44 anos, foi pioneiro no Brasil no jornalismo independente online entre outros. Apresentador do Cara a Tapa e "cancelado". com frequência por não ter feito nada demais, especialmente não bater continência pra patota.