Dizem os azedinhos que Seedorf, Ronaldinho, Ronaldo e Forlan, por exemplo, só vem pro Brasil porque somos tolos de achar que jogador em fim de carreira pode fazer alguma coisa.
Não é bem assim, pois seus salários são europeus mesmo aqui. A questão é um pouco mais ampla e tem uma dose dentro de campo que é ignorada e não deveria.
Na Europa você precisa correr igual um maluco o jogo inteiro pra conseguir acompanhar. Aqui, onde o jogo é lendo, cadenciado, é possível parar a bola e viver de técnica ainda. São estilos de futebol que não se parecem.
O Corinthians, comparado ao estilo Chelsea, não fica correndo o tempo todo. A bola pára nos pés do Alex, do Danilo. As vezes andam no campo, recuam, esperam, começam de novo. Não existe aquele ritmo alucinante da Europa onde se toma a bola, passes curtos e rápidos até o ataque, perde, volta, começa de novo.
Somos mais lentos, usamos mais a técnica. Esperamos muito mais do individual do que do coletivo. Por isso, sem dúvida, Deco, Seedorf e outros citados conseguem brilhar aqui, não tanto lá.
Forlan foi o craque da Copa ha 2 anos. Seedorf era titular do Milan ontem a noite. Não são encostos, aposentados e nem fracassados a procura de um asilo. Isso é papo de azedinho tentando desmerecer o crescimento claro do futebol brasileiro, que hoje tem um campeonato recheado de estrelas pra todos os lados.
Nossa bola rola diferente. Se isso é atraso ou característica, fica pro seu julgamento azedinho ou não. Mas é nosso jeito de jogar, e funciona.
Eles não querem férias. Se quisessem iam pros EUA, pros Emirados ou algum lugar que tenha dinheiro e nenhuma pressão. Vieram pra vestir camisas pesadas, pressão por títulos e cobrança de torcidas enormes. Maiores que as da Europa, diga-se.
Jogar aqui, pra eles, é a chance de ser “o cara” vestindo uma camisa pesada aos 35 anos, sem ter que correr igual um moleque.
Não porque somos tolos, menores. Mas porque nosso jogo é assim.
É melhor comprar o Seeedorf aos 35 do que pagar 9 milhões no Marlos, ou 6 de euros no Lucio lateral.
Quem é o burro?
abs,
RicaPerrone