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Apenas “mais um”

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Já comentei aqui algumas vezes, mas hoje se torna irresistível repetir o assunto. Os garotos endeusados antes da hora  – e não só no futebol – acham que podem tudo. E de fato podem, já que hoje em dia aceitamos tudo em troca de 2 golzinhos.

Se a mídia não respeita a seleção, se os torcedores não respeitam seus clubes, se os jogadores fazem o que querem e voltam pisando na camisa, porque eu não posso?

Jovens mimadinhos pensam assim, e até tem motivos. Quando assistem de camarote o esforço gremista pra trazer de volta um Ronaldinho, que traiu sua torcida e seu clube.  Quando assiste o Robinho voltar de helicoptero pra Vila Belmiro aclamado pelos mesmos torcedores que se sentiram traidos pela sua saida.

Sair é natural. Mas é preciso ter respeito, gratidão e vergonha na cara.

Quem é você, Henrique?

Um centrovante limitado que baixa a cabeça e chuta forte achando que é Ronaldo?

“Não fui valorizado no São Paulo”, diz o coitadinho.

Orientado por um empresário mais covarde ainda que pra fazer um trocado acaba com a imagem dos seus clientes.

Não vou comparar ao Oscar pois no primeiro caso – e é preciso saber diferenciar – houve um problema com grana. O SPFC não teria dado ao Oscar o que foi prometido, e por isso o perdeu.

Henrique não. Este quer sair porque se sente desvalorizado.

Tão desvalorizado que ele acredita ter chegado a seleção e conquistado prêmio no mundial porque o Ney Franco viu ele jogando bola lá na rua dele, fazendo gol entre chinelos.

Né, espertão?

Se hoje você vale um vintém, não é porque treinou na sua rua nas horas vagas. É porque alguém te deu estrutura, comida, treinamento, casa, vitrine e salários pra você chegar até aqui.

E lembre-se: Você não chegou a lugar algum, garotão.

O que você fez centenas fizeram e sumiram. E hoje, observando sua reação após a conquista, vejo que seu caminho é bem parecido com o deles.

Os grandes, quando vencem, agradecem quem os ajudou a chegar lá. Os mediocres os menosprezam.

E você é mediocre. Se não em campo, fora dele.

Você é mais um moleque endeusado por gols que esqueceu de pensar o que você seria se não fosse um clube do tamanho do SPFC por trás para te “inventar”.

Mais um pau mandado de empresário, que muda o discurso conforme convém. Tem proposta, né guri?  Ontem o SPFC era sua vida, hoje é seu vilão.

Nada que alguns dólares não faça com o caráter de um fraco.

E não é contigo, não. Eu até gosto de você.  Te conheci com 17 anos e fui o primeiro jornalista a te entrevistar, no estacionamento do CT, lembra?

Você sorria e dizia que “renovou bem” o contrato. E diga-se, bem demais pra quem não jogava no time de cima, né?

Agora, reserva no SPFC e no Vitória, se acha injustiçado.

Diz que o São Paulo é passado, que pra você acabou e agora é pensar no futuro.

Tá certo. Pense no futuro, esqueça seu passado, seja mais um bobo-alegre manipulado por euros e por um empresário que não quer nem saber o que você será amanhã, desde que dê um troco na conta dele.

Seja mais um.

Ou pior ainda. Seja um craque. Pise em quem te “inventou”, menospreze tudo isso, vá fazer fortuna na Europa e quando enjoar, volte fazendo juras de amor.

Clubes são idiotas, torcedores mais ainda. Eles vão aplaudi-lo e recebe-lo num estádio cheio.

Assim que funciona.

Se fossem sérios, grandes de fato, conversariam entre eles e ninguém o contrataria. Mas alguém vai contratar, pois são administrativamente tão mediocres quanto vocês, jogadores mimados, quando querem sair.

Boa sorte, garotão!

E se amanhã algo der errado, sua perninha doer ou você precisar de ajuda… pede pro empresário.

Afinal, foi ele que te abriu portas e te meteu na seleção, né?

Sim, é só “mais um”.

abs,
RicaPerrone