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A tolerância que já pedi um dia

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A tolerância que já pedi um dia

Era uma vez uma turminha de torcedores bastante diferente dos tradicionais organizados. Formada por gente mais estudada, claramente com outras intenções, jovens, organizados via web. Essa turminha clamava por tolerância.  Eles brigavam cheios de razão porque o restante da torcida do clube não aceitava eles ali fazendo da maneira deles.

Veja você. Eles cresceram, juntaram, mudaram de nome, viraram a referência e não mais o juvenil querendo espaço. E então alguém diz que não concorda muito com a filosofia de “cantar o jogo todo”.  É uma simples forma de ver o impacto, não tem nada demais.

Eu entendo que quando uma torcida SE OBRIGA a cantar os 90 minutos e apoiar seja qual for o resultado, ela deixa de ser termometro e também de mexer com o time. Ela está repetindo o que se propos  a fazer, não reagindo ao que está acontecendo exatamente. 

Apenas isso.

Acho que não há nenhum absurdo em pensar assim, embora você discorde, talvez.  Mas, enfim. É o que ouço da maioria dos jogadores que pergunto. Eles acham legal que apoiem, mas não acham impactante porque sabem que aquilo é uma proposta combinada de atuação.

Eu não gosto da forma, adoro a causa e o fim.

Mas a tolerância a idéias contrárias que um dia motivou a existência e a luta dessa gente, sumiu.  Bastou eu dizer isso para ser massacrado pela torcida do Fluminense, que aliás, nem foi referenciada no twitter em questão.  Curiosamente os mesmos caras que há alguns anos lutavam para que houvesse respeito e tolerância por uma simples diferença na idéia de torcer.

Curioso, mas me dá a mesma sensação das organizadas há 30 anos. Começa-se pelo clube, cria-se então amor pela torcida, e então essa torcida se torna mais importante para seus membros que o clube. E aí sabemos o final.

Vocês, barras bravas, que vieram fazer diferente, façam.  Vocês que tanto brigaram por uma filosofia de torcer que a maioria discordava, respeite quem não concordar com a sua.

Seja o que você disse que seria e brigou um dia com quem não era.

Eu gosto da sua causa, da sua festa, da sua existência e do seu objetivo. Não gosto APENAS de uma característica sua.  A de imitar argentinos, descaracterizar o nosso ritmo e de considerar “apoio” aplaudir goleada, por exemplo.

Mas eu gosto de 90% do que você faz. Se não for 100%, não serve? Então eu não gosto de vocês. Porque vocês são a mesma coisa que lutaram contra um dia.

abs,
RicaPerrone