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500 vezes Léo

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500 vezes Léo

Em 2003, numa conversa informal entre dirigentes e sócios do clube no São Paulo, alguém me disse: “Esse Leonardo não vai dar em nada. Muito tímido, não se enturma, vive na dele. Esquece!”.

Eu não entendi exatamente o quanto sua timidez determinava aquela avaliação, mas perdi as esperanças no lateral do meu time.  Ele saiu, rodou, rodou e lá pra 2005 confesso que já dava razão ao dirigente. O tal do Leonardo não vai dar em nada mesmo.

Aí ele foi pro Flamengo, onde a pressão é muito maior, onde não dá pra ser “na dele”, e onde seria engolido no primeiro passe errado.  Não havia prognóstico muito favorável. Leonardo era só mais um lateral que trocava de clubes e não se identificava com nenhum.

Como que num passe de mágica, de vermelho e preto, passou a se impor. Ia pra cima, pedia a bola, “rabiscava” a lateral, como ele gosta de dizer.  Virou titular, referência, campeão da Copa do Brasil.

Xodó. Um dos mais regulares, o garçom do time. Um torcedor do Flamengo em campo.

Não há nada no mundo que o rubro-negro goste mais do que ver um dos seus no gramado. Ele identifica a kilometros de distancia quando o sujeito joga no Flamengo, está no Flamengo ou quando o cara “é Flamengo”.

Leonardo foi campeão brasileiro, copa do Brasil, estadual, chegou a seleção. Sempre titular, referência, e não corro risco de errar ao afirmar que nos últimos 10 anos ele tem sido o melhor lateral que atua no país.

De tímido a carismático, virou polêmico contra um treinador ou outro. Virou símbolo de uma conquista ao cair de joelhos chorando. Leonardo ficou íntimo à nação e então virou Léo.

Quando se fala em Flamengo, há quase 10 anos, imagina-se aquele ser magrelo atrasando o passo na entrada da área pela direita, com uma mão pra cima a outra pro lado, o pé direito alto, gingando lentamente como quem diz: “Eu vou passar! Adivinha o lado!”.  E passa.

As vezes mal, as vezes bem. Mas há 500 jogos sendo uma referência que há muito o clube não tinha.

Adriano, Pet e tantos outros já foram “o cara” no Flamengo.

Léo Moura conseguiu ser “a cara” do Flamengo.

abs,
RicaPerrone