10 minutos

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10 minutos

Vou me dar 10 minutos e nada mais. É o tempo que me permitirei não enxergar argentinos como “inimigos” para falar algo mais interessante do que futebol.

Eu acho o futebol deles uma farsa. Acho o racismo deles tosco, o país atrasado e realmente acredito que eles não sejam melhor do que nós em nada.  Inclusive no doce de leite, que o mineiro é melhor.

Mas hoje, enquanto eu aprendia  a conviver com a paixão deles a 2 metros de mim  no Maracanã, eu senti uma ponta de inveja.

Explico.

Enquanto nós estamos o tempo todo procurando motivos para nos desmerecermos, odiar nosso país e acreditar que temos tudo de ruim que o mundo possa oferecer, eles tentam fazer exatamente o contrário.

Se defendem. São orgulhosos do país deles e nem tem tantos motivos assim. A coisa vai mal, muito mal.  Mas eles não viram as costas pra bandeira deles.

Eu odeio ve-los cantando e pulando na minha cara, mas eu adoraria que tivesse mais gente pulando e cantando na cara deles aqui.

Essa parte do orgulho de ser quem são é realmente impressionante. E talvez nisso, e apenas nisso, eles sejam mesmo melhores do que nós. Tem a personalidade de ser quem são sem morrer de vergonha disso, enquanto nós procuramos defeitos em qualquer canto para poder dizer: “Tinha que ser Brasil…”.

A rivalidade com a Argentina é fundamental para a existência da seleção. A nossa e a deles.  A burrice de algumas pessoas faz essa rivalidade ser contestada, como se fosse uma questão de argumentos o “ódio” entre gremistas e colorados, por exemplo.

Precisamos nos odiar.

E agora chega. Já deu 10 minutos, eu nem acho que eles sejam orgulhosos mas sim metidos a besta.

abs,
RicaPerrone